Números 15.27-31: Hebreus 10.26-31
O PECADO VOLUNTÁRIO OU INTENCIONAL
Introdução
1. A tradição religiosa judaico-cristã já foi
acusada, várias vezes, de ser geradora
da culpa no psiquismo das pessoas. Essa acusação pressupõe que se não fosse
essa tradição religiosa, as pessoas poderiam viver suas experiências livremente
e até mesmo sem neuroses decorrentes de conflitos entre fazer o bem ou o mal, o
certo ou errado, o bom ou mau, o justo ou injusto.
2. Ocorre, todavia, que a culpa não existe apenas
em virtude da existência dos Dez Mandamentos ou da Ética Cristã encontrados nas
páginas da Bíblia. Sentimento de culpa ou culpa propriamente dito ocorrem sempre
que as pessoas transgridem o Código Civil ou o Código Penal ou o Código de
Trânsito ou o Código das Leis do Trabalho ou o Código de Defesa do Consumidor ou o
Código Eleitoral. Por isso, existem os processos, os julgamentos e as sentenças
de condenação ou absolvição da culpa.
3. A diferença relevante entre a tradição religiosa
judaico-cristã e os códigos legais da sociedade secular é que essa tradição
teve o cuidado amoroso de conceder aos transgressores ou pecadores dos seus
preceitos a oportunidade imediata de serem perdoados ou absolvidos, para se
livrar da culpa ou do sentimento de culpa, tendo paz no coração, paz uns com os
outros e paz com Deus.
3.1. A oportunidade concedida nos dias do Velho
Testamento ocorria através do sacrifício de animais que eram mortos
substitutivamente no lugar dos pecadores ou transgressores, conforme
orientações dadas nos livros respectivos.
3.2. A oportunidade nos dias do Novo Testamento e
até os dias de hoje é concedida através do arrependimento, da confissão e da
aceitação do sacrifício substitutivo de Jesus Cristo na cruz do Calvário.
Desenvolvimento
1. A única ressalva que existe na Bíblia diz
respeito ao que os livros de Números e Hebreus chamam de “pecado voluntário ou intencional”.
1.1. No texto em Números, parece que o pressuposto seria
não saber o que era ou não era pecado. Seria como alguém, em nossos dias, argumentar que pecou porque não sabia que era
pecado. Aliás, nesse sentido, o apóstolo Paulo também argumentou que se a lei
não diz que era pecado, a pessoa não pode ser condenada, se pecar (Romanos
7.7).
1.2. No texto de Hebreus, o pressuposto seria passar
por cima de um conhecimento adquirido a respeito do que seria pecado. Seria
como alguém, em nossos dias, declarar que resolveu pecar mesmo sabendo que era
pecado, sem se importar com as consequências.
2. Ocorre, todavia, que em ambos os textos bíblicos
a ressalva não estava relacionada com a prática de pecados no sentido geral. Em
ambos os textos, o pecado voluntário e intencional para o qual não haverá
expiação e perdão pela culpa é o pecado de blasfêmia contra Deus. É um termo
religioso para difamar, insultar ou desrespeitar Deus.
2.1. Em Números 15.30 a palavra original é גָּדַף (gâdaph):
injúria ao Senhor. A palavra aparece como “blasfêmia” também em II Reis 19.6,
22; Isaías 37.6, 23; Ezequiel 20.27).
2.2. Em Hebreus,
há um conjunto de atitudes igualmente significando blasfêmia contra Deus: “Aquele que pisar o Filho de Deus e tiver por
profano o sangue da aliança com que foi
santificado e fizer agravo ao Espírito
da graça” (Hebreus
10.29). A pessoa desdenha os benefícios
do sacrifício de Jesus Cristo e ultraja a ação do Espírito de Deus.
3. Claramente,
as situações previstas para o pecado voluntário ou intencional se referem ao pecado
sem perdão de Lucas 12.10 e I João
5.16,17). Se Deus é quem perdoa e o Espírito é quem convence do pecado e a
pessoa blasfema contra Deus e contra o Espírito Santo, então a graça tornou-se
inaplicável para essas pessoas. Sejam
pessoas que estejam dentro da igreja, sejam pessoas que estejam no mundo. Ninguém
poderá ser perdoado ou absolvido.
Conclusão
O fato de que Jesus
Cristo oferece perdão e absolvição de todos os pecados, mediante o arrependimento
e a confissão, o que está previsto na graça de Deus para com todos os
pecadores, salvo o pecado de blasfêmia e injuria contra Deus e o Espirito
Santo, deve ser a principal razão pela qual nos tornamos crentes e vivemos na
expectativa de nossa salvação eterna.
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