Salmo
73.16,17
IR AO TEMPLO
Introdução
1. A decisão do salmista em ir ao templo
não era movida por um elevado sentimento de espiritualidade, desejoso de
prestar culto diante das maravilhosas obras de Deus.
1.1. Na verdade, ele estava profundamente
indignado com o que acontecia diante de seus olhos, quando via a impiedade
triunfando.
1.2. Seu esforço para entender o que
ocorria diante da injustiça que não era punida, produziu-lhe uma grande dor, um
grande sofrimento. Chegou a declarar que seu “coração estava azedo” e “estava
embrutecido”, isto é, a amargura tomara conta dele.
2. Esse tipo de experiência humana,
quando a impiedade triunfa, a maldade se multiplica, a injustiça predomina
através dos poderosos que se sentem seguros, não ocorreu apenas com o salmista.
2.1. Com frequência os profetas
denunciavam também em seus respectivos dias situações semelhantes. Habacuque, por
exemplo, declarava: “Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se
manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida”
(Habacuque 1.4).
2.2. O profeta Amós declarava em seu
tempo: “Os juízes vendem o justo por dinheiro e condenam o necessitado por
causa de um par de sandálias. Suspiram pelo pó da terra sobre a cabeça dos
pobres e pervertem o caminho dos mansos” (Amós 2.67).
3. Em nossos dias, diante dos últimos
acontecimentos, também há muitos crentes sentindo indignação, experimentando
sofrimentos e manifestando perplexidade pelo triunfo da injustiça, pela inversão
dos valores e pelo domínio da maldade.
Desenvolvimento
1. Nos últimos tempos, à luz dos direitos
humanos de expressar democraticamente sua insatisfação, a população brasileira
também tem ido às ruas várias vezes, somando milhões de pessoas declarando que
desejam mudanças.
2. Mais recentemente, diante do fracasso
em obter resultados concretos, uma parte dessa população tem sido orientada a
ir para a frente dos quarteis do exército, da marinha e da aeronáutica para
pedir a atuação das forçar armadas na restauração da justiça, dos valores e
princípios, da equidade.
3. Embora a Constituição Brasileira
garanta o direito de manifestação da população, a verdade nua e crua é que tais
atitudes não tem logrado o êxito plenamente esperado. No caso específico de
recorrer aos militares, a Constituição não permite intervenção sem aprovação do
Congresso. Isto é, dentro da Constituição nada irá acontecer.
4. Infelizmente, no calor das emoções,
até mesmo líderes cristãos e membros de igrejas estão se deixando levar por
essa ilusão de que o socorro poderá vir da parte de homens, seja através das
autoridades, seja através dos congressistas, seja através dos militares. Aliás,
como a história tem mostrado, mesmo que alguns homens possam fazer alguma coisa
boa, a Bíblia sempre insiste em lembrar que “inútil é o socorro do homem”
(Salmo 60.11; 108.12).
Conclusão
Por mais que a
população tenha o direito de se manifestar indo às ruas ou indo para frente dos
quarteis, a atitude daqueles que acreditam em Deus, acreditam no poder de Deus,
acreditam na soberania de Deus, acreditam na sabedoria de Deus, é ir ao templo,
como fez o salmista.
Quando o salmista
foi ao templo, ele percebeu qual seria o rumo dos acontecimentos. Ele disse,
depois da experiência de confiar em Deus: “Certamente tu os puseste em
lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. Como caem na desolação,
quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores” (Salmo
73.18,19). Mais ainda: sua confiança em Deus invadiu sua alma e ele teve paz: “Quem
tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.
A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu
coração, e a minha porção para sempre. Pois eis que os que se alongam de ti,
perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti.
Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus,
para anunciar todas as tuas obras” (Salmo 73.25,28).
Mais uma vez,
como crentes em Jesus Cristo, precisamos lembrar que nosso “socorro vem do
Senhor”. Precisamos lembrar que nossa atitude não deve ser a de ir às ruas
e nem ir para frente dos quarteis. Nossa atitude deve ser a de ir para o templo,
a fim de clamar pelo socorro de Deus, seja em favor de nós mesmos e de nossas
famílias, seja em favor de nossa pátria.
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