Atos 5.25-29
A Superioridade das
Leis Divinas
Introdução
1. Muitos de vocês já
ouviram falar do complexo de Édipo. Além dessa abordagem feita na psicanálise,
o mito grego também tem outro enredo envolvendo
Antígona, uma das filhas do casamento entre Édipo e Jocasta. Nessa tragédia grega, há um momento quando um
dos irmãos de Antígona após a morte é condenado pela lei do rei a ficar sem
sepultamento. Antígona então contraria o rei dizendo que a lei divina que ela
conhecia determinava que ele fosse sepultado. Para ela, o importante era
obedecer a lei divina e não à lei estabelecida pelo rei.
2. Lembrando desse
mito da literatura grega antiga, somos convidados pela leitura da Bíblia a
refletir sobre a atitude realista do apóstolo Pedro quando foi confrontado
pelas autoridades judaicas a seguir suas leis, as quais proibiam-nos de falar
sobre Jesus Cristo. O apóstolo Pedro, então, respondeu dizendo que para ele o
mais importantes não era obedecer aos homens, mas obedecer a Deus: “Não vos admoestamos nós expressamente que não
ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina, e
quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Porém, respondendo Pedro e os
apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens”.
Desenvolvimento
1. Os apóstolos receberam a ordem de não pregarem mais
sobre o nome e a história de Jesus Cristo depois de terem sido presos e
ameaçados com a morte. Foram soltos por um anjo do Senhor e voltaram ao templo,
continuando a pregar sobre Jesus Cristo e sua história. Depois desses dois
incidentes é que receberam o ultimato. Poderiam falar sobre o que quisessem.
Podiam falar sobre política, esportes, finanças, lazer, casamento... Só não
podiam falar sobre Jesus Cristo. Nessa circunstância, Pedro foi incisivo e
categórico, afirmando que não ia seguir as leis dos homens mas as leis de Deus.
2. Diante do que tem acontecido em nossos dias, quando
leis humanas são estabelecidas contrariando as leis de Deus, muitos tem
perguntado sobre qual atitude os crentes devem tomar. Devem se ajustar à
cultura de cada época, seguindo as leis humanas que contrariam as leis divinas
ou devem se rebelar, tendo uma atitude radical e oposta, como o apóstolo Pedro?
2.1. Para responder a essa pergunta, alguns tem lançado mão
do que atualmente se chama “desobediência civil”. Uma atitude assim
definida: “uma forma de
protesto não violento em que indivíduos ou grupos se recusam a obedecer a leis,
regulamentos ou ordens consideradas injustas ou ilegítimas, com o objetivo de
promover mudanças sociais ou políticas” (IA Google). Para ilustrar essa atitude, são citados exemplos de personalidades que
dela fizeram uso, a saber: Mahatma Gandhi (líder indiano que buscava a independência da Índia em relação à
Inglaterra), Martin
Luther King Jr. (pastor batista que buscou a igualdade racial nos Estados Unidos), Henry David Thoreau (escritor americano que propagava a
não cooperação com um governo considerado injusto.
2.2. Em nosso país, especificamente neste
momento, quando a situação política, judicial e legislativa tem pautado ações e
leis que deixam os cristãos em estado de perplexidade, vários protestos tem
sido feitos para mostrar que o rumo dos acontecimentos não está de acordo com a
tradição judaico-cristã. Alguns desses protestos culminaram com processos,
condenações e prisões, gerando um país dividido.
3. A contrapartida
desse posicionamento oposto e radical diz respeito a dois fatos que também
estão incluídos nessa abordagem. Um deles é a respeito da legitimidade da desobediência
civil total e outro é a respeito de outros textos da Bíblia sobre o
relacionamento dos crentes com as autoridades.
3.1. Alguém escreveu
pertinentemente: “Enquanto
alguns defendem que a desobediência civil é um direito legítimo em face de leis
injustas, outros argumentam que ela pode minar o estado de direito e a ordem
pública. A questão da legitimidade da desobediência civil geralmente
envolve a análise da injustiça da lei em questão e a avaliação do impacto do
ato de desobediência civil na sociedade” (IA Google). É preciso, portanto,
refletir muito sobre as consequências antes de adotar a desobediência civil.
3.2. No Novo Testamento
também está escrito assim: “Todo
homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que
não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De
modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que
resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para
temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a
autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro
de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo
que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que
pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do
temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também
pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a
este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a
quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra” (Romanos 13.1-7).
Conclusão
Uma coisa é ler sobre mitologia grega e suas lições universais e outra coisa é ler e aplicar os ensinos de Jesus Cristo e dos seus apóstolos, principalmente quando estão na contramão da cultura, da legislação e da sociedade, cujos resultados podem ser trágicos. Basta lembrar de João Batista e de Paulo apóstolo, que foram decapitados por causa da fé cristã. Basta lembrar os primeiros cristãos que foram queimados em fogueiras ou devorados por leões nas arenas romanas. Basta lembrar os crentes presos e mortos nos países ateístas ao longo dos tempos. Se vamos ser presos e mortos em ato de desobediência, que seja apenas porque pregamos sobre Jesus Cristo e seus ensinos. Tenho certeza que este é o único motivo que justifica nossa desobediência, prisão e morte pelas autoridades ateístas e impiedosas.
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