RELEXÕES ESPIRITUAIS SOBRE O QUE ACONTECE APÓS A MORTE POR CAUSA DA PANDEMIA DA COVID 19 OU POR OUTRAS "CAUSAS MORTIS"
JOÃO 11.11-13; Marcos 5.39; Atos 7.60; I Coríntios 15.51,52
1.
Embora em nenhum momento a revelação cristã tenha usado a expressão “sono da
alma”, ela passou a existir no campo da teologia adventista.
1.1.
Foi uma dedução deles a partir das afirmações bíblicas do Novo Testamento
quando a expressão “morte” foi associada à expressão “dormir”. Se
as pessoas dormem porque tem sono, então no dormir da morte levaria
ao sono da alma.
1.2.
Como também não poderia deixar de acontecer, a confirmação foi buscada em algum
texto do Velho Testamento e encontrada numa oração do salmista: “Atenta para
mim, responde-me, Senhor, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma
o sono da morte” (Sl 13:3). O salmista fala em “sono da morte” e não
“sono da alma”.
2. De
qualquer modo, mesmo que a teologia adventista ensine o “sono da alma”,
a expressão não existe nem no Velho e nem no Novo Testamento. É uma teoria
explicativa do que acontece imediatamente após a morte de um crente, resultado
de uma dedução.
Desenvolvimento
1. Se
não existissem ensinos claros no Novo Testamento a respeito do que vem após a
morte do crente em Jesus, realmente estaria aberto o espaço para teorias
teológicas, as mais variadas, além desta dos adventistas.
2.
Poderíamos adotar a teoria do purgatório. Adotada pelos Católicos. Ou
poderíamos adotar a teoria dos Testemunhas de Jeová, ensinando a extinção
temporária da existência. Ou ainda a teoria dos Espíritas sobre a
reencarnação em outro corpo ou ainda de outras religiões que ensinam a
permanência na sepultura sendo visitados por anjos ou demônios e assim por
diante.
3.
Ocorre, todavia, que se na linguagem figurada de Jesus Cristo e dos apóstolos a
morte foi comparada ao ato de dormir, não se pode deduzir a teoria do “sono”
e nem qualquer outra teoria existente.
3.1.
Jesus Cristo e os apóstolos tornaram claro logo depois, que se a figura de
linguagem de dormir poderia ser mal interpretada, eles afirmaram que estavam
falando literalmente de morte. Isto é, as pessoas morrem literalmente.
3.2.
Jesus Cristo e os apóstolos estavam querendo na verdade explicar que a morte de
uma crente não é um fim, mas a passagem para uma outra realidade até que venha
a ressurreição. É o que poderíamos chamar de “estado intermediário” entre a
morte e a ressurreição.
4. Sobre esse período, estado ou realidade após
a morte até a ressurreição, o apóstolo Paulo não deixou sombra de dúvidas sobre
o que acontece, procurando estabelecer uma doutrina clara, sem dedução. São ensinos
literais.
4. 1. Se
o ensino de Jesus sobre a ida imediata ao Paraíso (Lucas 23.43) se tornou
objeto de dúvida por causa do uso de uma “virgula” no texto original, em que
existiria duas possibilidades, Paulo não quis que essa dúvida ficasse estabelecida.
Jesus teria dito: “Em verdade, em verdade, te digo hoje: estarás comigo no
Paraíso” ou teria dito “Em verdade, em verdade te digo que hoje estarás
comigo no Paraíso”?
4.2.
Doutrinando os filipenses a respeito do que iria acontecer a ele mesmo, escreveu:
“Tenho desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”
(Filipenses 1.23).
4.3.
Doutrinando os Coríntios, ainda que usando uma figura de linguagem, sua ênfase
foi exatamente sobre essa ida para o céu: “Porque sabemos que, se a nossa
casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma
casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (I Coríntios 5.1)
4.4.
Na mesma linha de doutrina em que acreditava, ao estar às portas da morte,
Estevão fez a seguinte oração: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”
(Atos 7.59).
4.5.
Ainda que em linguagem mais figurada o Apocalipse trate do estado, lugar,
realidade dos que já morreram, o ensino também é de que todos os crentes estão
na presença de Deus: “E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do
altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do
testemunho que deram” (Apocalipse 6.9).
Conclusão
1.
Usando do pleno direito de interpretar livremente os textos bíblicos e o do
livre direito de não acreditar ou de crer no que se quiser, está aberta a porta para se adotar
qualquer teoria teológica que esteja disponível, seja entre as variantes
cristãs, seja em outras expressões religiosas.
2. O
que não podemos é afirmar que a Bíblia ensina o “sono da alma”, pois
esta é uma expressão teórica deduzida da comparação entre “morrer” e “dormir”.
3.
Penso que o segredo está na expressão usada pelo apóstolo Paulo quando tratou
do seu destino após a morte. Ele escreveu: “Tenho desejo de” ... Por
isso, eu pergunto: Qual é o seu desejo? Você quer ir e voltar através de
reencarnações? Você quer ficar na sepultura recebendo visita de anjos e
demônios? Você quer ser extinto definitivamente? Você quer ir para o purgatório
pagar o restante de seus pecados? Você quer o sono da alma num estado
inconsciente? Ou você quer ir para o Paraíso, se encontrar com Jesus Cristo,
numa experiência feliz, ainda que temporária e incompleta até a ressurreição? O
que você deseja?
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LIVRO PARA LER NA PANDEMIA
Gosto muito dos seus textos!
ResponderExcluirBem fundamentados e de fácil compreensão!
Deus abençoe a sua vida!