Salmo 140.7
Doutrina da Batalha
Espiritual
Introdução
Se os crentes atuais não estão mais envolvidos com batalhas militares contra outros povos diferentes de sua nacionalidade, conforme estavam os crentes dos dias do Velho Testamento, à semelhança de Davi, que clamava a Deus para ajudá-lo nas guerras contra os filisteus, amonitas, moabitas e outros, os crentes da atualidade continuam vivendo dias de batalhas espirituais contra o mundo, a carne e o diabo, de acordo com os ensinos do Novo Testamento e da experiência pessoal no dia a dia. Por isso, num certo sentido, é pertinente, apropriado e contemporâneo o uso dessa expressão, inclusive recorrendo a textos bíblicos onde crentes do passado pediam a Deus vitórias, principalmente contra Satanás. Aliás, apóstolo esclarece aos crentes de efésios sobre o tipo de armamento que deveriam usar nessas batalhas contra o Diabo (Efésios 6.11-18).
Desenvolvimento
1. Levantamento
histórico
1.1. Batalha Espiritual foi uma
expressão criada por alguns estudiosos da Bíblia que originalmente estavam
envolvidos com evangelização através do “Movimento de Crescimento da Igreja”
(C. Peter Wagner). Entenderam que, a partir do momento quando se movimentassem
para evangelizar, objetivando verem pessoas recebendo Jesus Cristo e a igreja
crescendo, seriam alvos de ações de Satanás.
1.2. Mais tarde, Batalha Espiritual passou
a ensinar que, no confronto espiritual, o Diabo além de investir contra os
crentes também poderia até mesmo dominá-los e possuí-los. A partir daí começou
a se divulgar a idéia de crentes serem possessos (Kenneth Hagin).
1.3. Recentemente, Batalha
Espiritual passou a ser usada por outros pregadores ensinando uma dimensão de
confronto entre as forças do bem e do mal, em pé de igualdade, nas regiões
celestiais. Não apenas o crente é alvo dos ataques satânicos, mas existiria uma
luta entre Deus e o Diabo, ambos disputando as vidas humanas (Larry Lea).
1.4.
Finalmente o movimento chega ao clímax quando concita os crentes a terem
atitudes ofensivas contra Satanás, partindo para um confronto pessoal,
desafiando o Diabo e seus demônios, que passaram a ter nomes e localizações, pretendendo
derrotá-los num corpo a corpo espiritual, em nome de Jesus (N. Itioka, R.
Rodovalho e C. Augusto).
2. Análise
doutrinária e bíblica
2.1. Iniciado como um movimento com
base bíblica, resultado da reação de Satanás a obra de evangelização, principalmente
a partir de Efésios 6.10-20, I Pedro 5.8,9 e Tiago 4.7, o movimento foi se
desdobrando e acolhendo heresias como a do confronto entre Deus e o Diabo como
se fossem dois poderes iguais, como a do crente ser dominado e possesso pelo Diabo
e do crente investir contra Satanás em ações ofensivas, tendo como principal
poder o “nome de Jesus”
2.2. Esse movimento, com seus
desdobramentos atuais, perdeu de vista a ação evangelizadora bíblica (Atos 5.42).
Também perdeu de vista a ação de expulsar biblicamente os demônios que se manifestam
quando o evangelho é pregado (Atos 16.18). Perdeu de vista a revelação bíblica
sobre a existência de crentes falsos e verdadeiros (João 2.23-25; Atos 8.13,
18-21) adotando a idéia de que qualquer crente pode ser dominado pelo Diabo e
por ele possesso. Perdeu de vista, conseqüentemente, o ensino bíblico que
garante a proteção de Jesus em favor de todo o crente verdadeiro (II Tess 3.3;
I João 5.18). Perdeu de vista a
advertência de Jesus quanto a usarem seu nome com interesse de aparecer e fazer
espetáculo religioso (Mateus 7.21-23).
3. Efeitos práticos
3.1. O resultado dessa mistura de ensino bíblico com outros
ensinos que vão aparecendo é que hoje vemos crentes com a idéia de que podem
estar endemoninhados. Então ficam sempre expulsando demônios de si mesmos ou de
outros crentes com os quais se relacionam em seus círculos de família, de
amizade e de igreja.
3.2. Também se criou a oportunidade para
pregadores exorcistas terem um auditório cheio de “crentes endemoninhados”, dos
quais os pregadores exorcistas se realizam como “pregadores poderosos” que
libertam esses crentes do cativeiro demoníaco e se tornam as “estrelas” do
“show espiritual”.
3.3. O uso do “nome de Jesus” ocupa o lugar de uma ação evangelizadora em que a
história de Jesus deixa de ser divulgada, não se divulgando mais os ensinos, as
promessas, o nascimento, os milagres, a morte sacrifical, a ressurreição, a
ascensão e a volta de Jesus. O nome de Jesus torna-se “amuleto” espiritual
Conclusão
1. Adotando o movimento de Batalha
Espiritual, precisamos, todavia, voltar
à prática da evangelização, proclamando o evangelho de Jesus em sua plenitude e
não apenas usando o “nome de Jesus” como um “amuleto”. Precisamos estar
preparados espiritualmente para a expulsão de demônios quando eles se
manifestarem durante a evangelização. Precisamos ainda estar preparados
espiritualmente para a luta que o Diabo passa a travar contra nós, do qual
devemos nos defender com a armadura ilustrada pelo apóstolo Paulo e ao qual
devemos resistir conforme recomenda Tiago.
2. Como crentes sinceros e
verdadeiros, devemos ter a convicção inabalável que Jesus Cristo nos protege,
nos guarda e nos livra do mal, ainda que eventualmente venhamos a perder alguma luta contra a carne e contra o mundo, mas admitindo que infelizmente existam crentes
falsos que inevitavelmente voltarão a ser dominados e até possessos pelo Diabo.
Serão assim envolvidos porque de fato nunca tiveram uma experiência de
conversão verdadeira. Deles não basta apenas expulsar demônios, pois precisam
de conversão para que possam ser salvos na eternidade. Sem conversão estão
condenados!
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