João 5.18
DIVINDADE
CONTESTADA
Introdução
1.
Alguém já disse que Jesus não afirmou ser divino, isto é, ser igual a Deus em
natureza e essência. Esta ideia teria sido resultado de um mal entendimento dos
apóstolos a respeito de suas palavras, estabelecendo uma doutrina errada. Sendo
seus amigos, os apóstolos teriam exagerado na compreensão de quem realmente era
Jesus Cristo.
2.
Esse pensamento até poderia ter alguma procedência se apenas seus amigos assim
tivessem entendido e exagerado. Ocorre, todavia, que também seus adversários
assim compreenderam as palavras de Jesus Cristo sobre si mesmo. Eles entenderam
tão claramente que o acusaram de blasfêmia e, com base nas leis do Velho
Testamento, recorreram ao apedrejamento como penalidade por suas declarações a
respeito de sua divindade.
Desenvolvimento
1.
Acompanhando os momentos quando Jesus Cristo fez declarações a respeito de sua
divindade, descobre-se que ele fez isto em três ocasiões diferentes.
1.1.
Ele declarou sua divindade quando a si mesmo atribuiu o título de Senhor
(João 13.13). Se hoje em dia essa expressão significa apenas um pronome de
tratamento e se em determinadas épocas significava o título dos proprietários
de escravos, naquela ocasião o termo era atribuído somente a Deus (Isaías
43.11-15). Por isso, os judeus contestaram suas palavras, entendendo claramente
o que havia dito.
1.2.
Ele declarou sua divindade quando a si mesmo se identificou como o “primeiro
e o último”, o “alfa e o ômega”, o “princípio e o fim”
(Apocalipse 1.8,17; 2.8; 22.13-16). Somente Deus assim havia se identificado
(Isaías 41.4; 48.12). Por isso, os judeus contestaram sua palavra, entendendo
claramente o que havia dito.
1.3.
Ele declarou sua divindade quando aplicou a si mesmo o nome de Deus mais
respeitado desde os dias de Moisés. Deus havia dito a Moisés quando se
apresentou: “Eu Sou” (Êxodo 13.14). Esta expressão hebraica é composta
por quatro letras, conhecidas como Tetragrama Sagrado. Em João 8.57-59
encontra-se o registro de quando Jesus assim se identificou. Por isso, os
judeus contestaram sua palavra, entendendo claramente o que havia dito.
2.
Se as pessoas não querem acreditar na divindade de Jesus Cristo, tem todo o
direito de assim fazer, mas o que não podem é negar que Ele declarou claramente
esta verdade, o que foi inequivocamente compreendido até pelos seus
adversários, os quais pegaram em pedras para matá-lo por sua blasfêmia.
2.1.
Não digam, todavia, que a doutrina da divindade de Jesus Cristo é consequência
de uma interpretação errada de suas palavras, principalmente por parte dos
apóstolos que teriam exagerado na compreensão das mesmas.
2.2.
Não digam, todavia, que a doutrina da divindade de Jesus Cristo fere a doutrina
da unicidade de Deus, como se estivéssemos criando dois Deuses, em flagrante
heresia teológica. A doutrina da divindade de Jesus está associada à sua
declaração quando disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30). Junto com o
Espírito Santo, eles formam a Triunidade Divina, isto é, Deus existe em três
pessoas que formam uma unidade. Apenas para ilustrar didaticamente, o
ovo é uma unidade constituída de casca, clara e gema. Também a água é uma
substância que existe em estado líquido, sólido e gasoso. Em qualquer dos
estados é água.
Conclusão
Em
vez de duvidar da divindade de Jesus Cristo ou de rejeitar essa divindade, você
é convidado a acreditar nela, principalmente por causa de suas implicações,
quais sejam: acreditando na divindade de
Jesus Cristo fica claro que não acreditamos num homem igual aos outros homens;
acreditando na divindade de Jesus Cristo compreendemos porque Ele tem todo o
poder no céu e na terra; acreditando na divindade de Jesus Cristo entenderemos
porque diante dele se dobrará todo o joelho no céu, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de
Deus Pai.
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